terça-feira, 22 de março de 2011

Semana conturbada pós-Fla-Flu

Guerreiros, com oito dias de atraso, sai o post sobre o maior clássico do Brasil. Contudo, a emoção ficou para depois do clássico. A partida foi bastante sem graça, e o empate foi um resultado justo, já que houve domínio rubro-negro durante a primeira etapa e tricolor durante o segundo tempo. O Flamengo levou bastante perigo ao Flu nos chutes de Thiago Neves, os quais obrigaram Ricardo Berna a fazer boas defesas (goleiro titular absoluto, inanimidade na torcida). Já o Tricolor só passou a levar real perigo com as entradas de Souza e Araújo (aliás, ainda não sei como Souza é banco para Marquinho). Ronaldinho Gaúcho, coitado, foi anulado na partida, não fez nada (mentira, conseguiu driblar Diguinho e levar perigo ao gol do Flu, mas somente em um mísero lance). Enfim, poucas chances criadas e desperdiçadas de ambos os lados, jogo equilibrado e placar condizente com o desempenho dos times em campo. Após o jogo é que veio o duro golpe no planejamento tricolor: Muricy Ramalho, melhor técnico do Brasil (para mim e para outros milhões), o homem que jamais rompia contratos, pediu demissão do Fluminense Football Club.

O Flu já atravessava uma reformulação no cenário político que culminou na demissão do vice de futebol Alcides Antunes, tido como muitos na imprensa como amigo de Muricy, e, segundo as notícias, o ex-treinador tricolor teria ficado chateado com a sua saída. Alegando falta de estrutura e não-cumprimento das promessas a ele feitas quanto a esse aspecto, Muricy largou o nosso time em situação delicada na Taça Libertadores - lembrando que ele foi o principal responsável por isso, escalando errado o time, armando-o mal e fazendo substituições equivocadas - a pouco mais de uma semana de uma decisão contra o América-MEX no Engenhão (só a vitória interessa). Fontes internas do clube alegam que ele recebeu uma proposta de um milhão mensais do Santos, e isso foi o principal motivo de sua saída do Flu (ontem recebeu proposta oficialmente do clube). Entretanto, era nítido o desânimo apresentado por ele nos últimos jogos. Observando-o durante os jogos, já não tinha o mesmo comportamento agitado que lhe é característico. Muricy tem razão ao não considerar adequada para o trabalho as péssimas condições de treinamento oferecidas pelo Fluminense. A estrutura do clube é uma lástima. Até ratos (esse assunto deu muito o que falar) havia nos vestiários. Apesar desses problemas, não deveria ter largado o time em um momento tão importante, em que disputa o direito de continuar a sonhar com a conquista da Libertadores, que deixamos escapar em 2008. Com certeza, se tivesse obtido bons resultados na competição, não teria abandonado o barco em andamento. Injusto também é Muricy exigir o cumprimento das promessas pela atual diretoria. Peter Siemsen está no comando há cerca de três meses, pouco tempo para que o CT pedido por Muricy fosse construído. O presidente do Flu, inclusive, andara visitando terrenos onde poderia estabelecê-lo. O maior erro de Muricy, entretanto, foi ter anunciado para toda a imprensa as carências estruturais do clube, expondo-o ao ridículo e fazendo-o virar motivos de chacota. Os problemas internos do Fluminense devem ficar no clube, e não serem ventilados aos quatro cantos do mundo. Atitude de moleque. Deveria ao menos ter um pouco mais de respeito pelo clube que o acolheu com carinho e pela torcida que, por vezes, idolatrou-o, torcida essa ao qual ele nem sequer se dirigiu diretamente. Gostaria de deixar claro que sou fã do trabalho de Muricy e sou bastante grato a ele pelo título que nos ajudou a conquistar após 26 anos de espera, mas ele realmente errou (e muito!) na sua saída do Fluminense.

O nosso amado clube está em frangalhos a 2 dias de uma decisão. A crise, que antes muitos consideravam invenção da imprensa, é intensa nas Laranjeiras. O ambiente de trabalho tumultuado, com os problemas completamente expostos, faz o atual campeão brasileiro ver todo o seu planejamento anual ser gravemente ameaçado. Tudo ameaça ir por água abaixo. Para completar, após o jogo do Boavista, estouraram os casos de recusa dos técnicos em assumir o comando do Flu, mas isso é assunto do próximo post. Até lá.

Saudações Tricolores

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