domingo, 19 de julho de 2009

O dia em que até os cães vaiaram...

Indignado. É como me sinto ao escrever esse post. Poderia falar também que estou melancólico, envergonhado, cabisbaixo, mas acredito que a indignação com a situação vivida pelo Fluminense Fooball Club é a pior sensação que tenho.

Hoje fui à casa de meu pai assistir ao jogo confiante numa vitória. Depois de um primeiro tempo de pressão do Flu, achei que era só questão de tempo para sair gols. E era verdade infelizmente.

No começo do segundo tempo, Ruy marcou. Felicidade total. Ruy, lateral-direito de origem, jogando há duas partidas de meia e marcando gols. 2 gols em 3 partidas. Excelente para a nova contratação do Flu. Agora que o Flu tinha feito um, era só fazer o segundo e matar o jogo. Até passou pela minha cabeça, confesso, em tomarmos a virada, mas tratei logo de afastar esse pensamento nefasto. Não era possível. Jogando em casa contra o Goiás, que havia perdido do Avaí, atual lanterna do Brasileirão, no Serra Dourada, a vitória era certa. Ainda mais com o time goiano jogando no contra-ataque, dando espaço para o Tricolor matar o jogo. Doce ilusão.

A defesa do Flu afastou mal e tomou o primeiro gol. Empate, mas eu ainda estava confiante. Vamos ganhar essa, já está na hora. Não é possível que iremos perder a 4ª partida seguida. Sim, era possível.

O Tricolor morreu ao sofrer o primeiro gol. Era um bando em campo. Os jogadores se escondiam. O Goiás meteu o segundo, o terceiro e o quarto. Em um dado momento, os latidos dos cachorros da polícia do estádio foram escutados em alto e bom som com as vaias da torcida tricolor ao fundo. Um dos comentaristas brincou e falou que até os cães estavam vaiando. 18 de julho de 2009, o dia em que os latidos dos cães fizeram coro às vaias dos torcedores.

Estava consolidada a goleada em cima do Fluminense no Maracanã. Eu via novamente o jogo contra o Santos, nesse mesmo Brasileirão. 4 a 1 em casa. Bizarro. Simplesmente inacreditável.

Hoje, vi meu pai falar, melancólico, enquanto assistia à partida: "Coitado do meu time...". Vocês não têm idéia do quão triste é vê-lo falar isso. Pior que eu também senti a mesma coisa. Tive pena, o pior dos sentimentos. Voltei para casa completamente abatido. Até agora, essa angústia não passa. Não suporto ver meu time, o querido clube que tanto amo, jogado na lama, à deriva. Sem qualidade, sem vontade, sem tudo. Aquilo não era Fluminense Football Club. Esse "futebol" que nos é apresentado não é digno do Fluminense Football Club. Um clube de tantas glórias, equipes inesquecíveis, títulos conquistados com o sangue de guerreiros vestidos de verde, branco e grená, agora está assim. Sendo humilhado no seu próprio estádio. Tendo a tradição, que, segundo Nelson Rodrigues, "um clube tem ou não desde sua fundação", jogada no lixo.

O Fluminense, ultimamente, tem se familiarizado com a Zona de Rebaixamento. Que ironia! Há um ano, éramos vice da Libertadores, que, diga-se de passagem, merecia ter sido nossa. Hoje, somos vice-lanternas do Brasileirão e, diga-se de passagem, temos jogado um futebol que nos faz merecer a última colocação.

Sabe-se que o clube vive um conflito político grave. Isso se reflete em campo. Jogadores da Unimed, da Traffic e do clube vivem num ambiente caótico. E aí, torcedor? Esperaremos de braços cruzados que o Flu novamente seja rebaixado? Ou protestaremos, a fim de que nosso orgulho de torcer pelo time "das três cores que traduzem a tradição" retorne e, ao sermos indagados sobre que time torcemos, enchamos o peito para dizer: "Sou Fluminense, com muito orgulho"? Lembrem-se: "Nós somos os donos dos nossos próprios destinos."

Saudações Tricolores

2 comentários:

MatheusalesT disse...

o momento do nosso time e desolador
parabéns pelo blog

Shaii disse...

saparada mesmo.. e imagina estar no maraca. nunca me senti tao mal la, com briguinhas entre torcidas entao.. um fiasco. parei =/