Outra derrota. Sinto-me envergonhado. Desesperado. Abatido. Melancólico. Quando pensamos que não dá para piorar, vemos que estamos enganados. Tudo pode ficar pior. Somos os últimos colocados do Brasileirão. No momento, tenho dificuldades para digitar devido a uma dor no punho, resultado de um soco na parede ao final do jogo. Até tentei torcer em silêncio. Durante a maior parte da partida, sofri sem falar nada. Dor no peito, lábios imóveis. Porém, naqueles instantes finais, a dor explodiu. Não deu para me conter. Gritei com a cabeçada na trave de um jogador cujo nome não me lembro de tão irado que estava. Levei as mãos à cabeça com a defesa milagrosa de Galatto. As lágrimas saltaram dos meus olhos em cascata. Fazia tempo que não chorava por futebol. Hoje não deu para segurar. O sofrimento não cessa. A cada rodada, a dor aumenta.
Campo enlameado, gramado em péssimas condições. Nem isso serve de desculpa para a exibição que o "time" do Fluminense hoje protagonizou. Chamar o bando de hoje de time é uma ofensa aos conceitos da língua portuguesa. Ao contrário da evolução que vínhamos testemunhando, hoje houve regressão. Defesa fraca, meio-campo inexistente, ataque nulo. Conca, que muitos idolatram, fez uma das suas piores partidas vestindo o manto sagrado. Não vi Ruy jogar. Na defesa, com a insegurança de sempre. Roni e Kieza recebendo bolas quadradas. Raramente chegava alguma em condição para se dar continuidade à jogada. Quando isso ocorria, erravam passes, ou eram desarmados. Hoje senti vergonha. Em momento algum vi o time com capacidade para reagir. Para honrar a camisa que vestem. Até acreditava em uma vitória, mesmo com o lastimável futebol apresentado pelo Fluminense. Então veio o golpe. Gol de Paulo Baier de falta, no primeiro tempo. Mandou onde a coruja dorme, como costumam dizer. Nem raiva eu tive. O que senti foi um angústia sem fim. Angústia essa que me acompanhou durante todo o segundo tempo e que se transformou em desespero ao final do jogo. Bola na trave, defesa espetacular de Galatto. Por um triz, o Flu não empatou. Mas é por esse triz que equipes deixam de ganhar títulos, que times são rebaixados. O Fluminense Football Club não pode depender de gols obtidos no desespero. O torcedor tricolor não pode continuar rezando para que a sua equipe consiga um empate sofrido. A verdade é que o Fluminense, há um tempo considerável, não honra as suas tradições.
Os torcedores tricolores hoje dormirão na lanterna. O último colocado. O pior entre todos os que disputam a Série A. Um clube considerado grande não merece passar por isso. Continuo fazendo o meu apelo. Aqueles que podem mudar isso, corram atrás. Eu sou um incapacitado pela distância. Só posso continuar postando neste blog. A única coisa que alivia o meu desespero. Só peço a vocês, torcedores do Rio, que, caso não queiram protestar, ao menos compareçam ao Maracanã. É hora de apoiar. Abandonar o time só acelera o processo de decadência. Se tudo continuar como está, o filme do final da década de 1990 se repetirá, e, com isso, o respeito, já abalado, que nos resta desaparecerá completamente. Temo por isso. Temo pelo Tricolor. Mas deixo sempre claro: eu não desisto fácil. Até o meu último dia de vida, estarei de pé, com o manto sagrado. Mesmo que não possa mudar a mentalidade da torcida e dos que comandam o Flu, apoiarei. Afinal, "na vida, tudo passa, só o Fluminense não passará jamais!", segundo o célebre Nelson Rodrigues. Força, Fluminense.
Saudações Tricolores
4 comentários:
Dieguinho, Ed Carlos, vai pra onde?Lamentavel.Urge providencias urgentes
Corrigindo: um time com Conca que errou 16 jogadas, Diguinho, Dieguinho, Ed Carlos, vai pra onde?
É, Eduardo, tá difícil...
No meu texto, nem comentei sobre o jogo. Apenas convoquei para o próximo.
Haja coração...
"O limite tá na cabeça de cada um" César Cielo.
Desgastante assistir aquele jogo ontem. Angustia, dor, tristeza, um misto de tudo que há de ruim.
Te seguirei a partir de agora, tricolor! E quinta, estarei lá, justamente pra representar quem não pôde comparecer. Eu, meu pai, e dois vizinhos. MAIS DO QUE NUNCA, O Fluminense precisa de nós. Apoiar DESDE JÁ.
ST,
Glenda.
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