Não era Muricy Ramalho. Não era Emerson Sheik. Não era Conca. Era o Fluminense. Sempre foi. O campeão de 2010. O campeão de 2012. Quem ganhou foi o Fluminense Football Club. Foram os 11 que estavam em campo, os reservas, Abel Braga, a comissão técnica, as Laranjeiras, a torcida. E não venha me falar de CBF, de arbitragem, de roubo, de esquema a favor do meu time. NADA disso (se absurdamente existisse) justificaria uma diferença de 10 pontos para o segundo colocado, faltando 3 rodadas pra acabar o campeonato. Não justifica a melhor campanha da história dos pontos corridos com o formato atual, o maior número de vitórias, o melhor ataque, a melhor defesa, o artilheiro da competição. Isso é mérito. Isso é fruto de trabalho sério. Uma forma de coroar uma diretoria que almeja o bem do clube, que realmente procura fazer a diferença, algo que nunca tinha visto, acostumado que sou com fanfarrões na presidência do meu clube. O Fluminense sobrou nesse campeonato. Não pelo futebol incontestável, mas pela sua principal arma: a regularidade. Eficiente acima de tudo, o time que menos finaliza e mais marca. E com sorte de campeão, desde o começo. O que falar daquele Fla-Flu, em que o melhor goleiro do campeonato, talvez o melhor jogador, defendeu um pênalti no fim? Era pra ser. Era novamente o nosso ano. É a volta por cima de um time que sofreu na década passada, foi alvo das piores e mais pesadas piadas e chacotas. Time cujo torcedor experimentou humilhações que qualquer outro clube grande do País jamais sofreu. Um período negro, mas que serviu para o torcedor tricolor ficar calejado e saber aproveitar as conquistas mais do que nunca. Para acima de tudo, ter HUMILDADE. Saber esperar para vibrar só no fim de tudo. Acostumado a sofrer até o fim, às alegrias e às decepções nos últimos instantes, é até estranho conseguir algo com antecedência de 3 rodadas, mas igualmente gostoso. E não podia deixar de ser emocionante. Um jogo em que parecia golear, abrindo 2 a 0 contra um Palmeiras desesperado e exposto, o Flu tinha que mexer com o coração do seu torcedor, e permitiu o empate. O gol do título tinha que ser sofrido como sempre foi. Tinha que ser no fim, depois dos 40. Melhor assim. Hoje, somos tetracampeões brasileiros e nos configuramos como potência nacional incontestavelmente, um dos times a serem batidos. O respeito, outrora esquecido, foi conquistado, numa volta por cima que começou com a conquista da Copa do Brasil em 2007, transitando por um vice-campeonato sofrido da Libertadores 2008, uma fuga milagrosa jamais vista do rebaixamento em 2009, um título brasileiro em 2010 após 26 anos de espera, um terceiro lugar em 2011 e o tetra em 2012. A meta, o sonho, a cereja do bolo, é a Libertadores. Virá, não sei se ano que vem ou daqui a 5 anos, mas virá, tenho a certeza disso. É questão de tempo. E quando vier, meu amigo, vai ser a história de superação mais linda do futebol! Nos últimos 6 anos, o orgulho tricolor foi resgatado. As três cores que traduzem a tradição novamente voltam a ser respeitadas por qualquer adversário do País, arrisco a dizer do continente, depois de 2008, 2009 e 2012. Sofro, choro, mas futebol é paixão. No outro jogo, estamos nós novamente acreditando. Quem vive isso, entende. Quem não vive, só lamento. Não há sensação melhor no mundo. Parabéns ao meu time, parabéns a mim, parabéns a todos os torcedores. Orgulho de Ser Tricolor!
Saudações Tricolores